Nos institutos de pesquisa, as buscas pelo tratamento da doença não param. Não existem drogas que comprovadamente eliminem o ebola, apesar de moléculas experimentais terem apresentado bons resultados. Nesta semana, duas publicações trazem boas e más notícias sobre o vírus. Na revista Science, uma equipe internacional de pesquisadores anunciou o desenvolvimento de anticorpos que, em modelos animais, conseguiram neutralizar o ebola. Contudo, resultados preliminares de uma pesquisa com 82 pessoas mostrou que, passados seis meses após a infecção, os sobreviventes ainda sofrem de anomalias cerebrais (Leia mais nesta página).
;Precisamos encontrar urgentemente uma resposta para o ebola;, diz Davide Corti, do Instituto de Pesquisa em Biomedicina (Irb) de Bellizona, na Suíça. Ele é o principal investigador do estudo publicado na Science, que contou com financiamento dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. ;Não há tratamento ou vacina contra esse vírus, que provoca uma doença altamente letal em humanos;, complementa.
A taxa de mortalidade da doença varia de 25% a 90%, dependendo do acesso aos serviços de saúde, que podem ser extremamente deficitários em algumas regiões africanas, observa Corti. ;Uma grande epidemia como a que aconteceu em 2014 é extremamente desafiadora. Vimos que o sistema de quarentena, tradicionalmente aplicado nesses casos, não surtiu efeito. Tivemos os graves casos de transmissão para os profissionais de saúde que trabalhavam nos países afetados. Isso reforça a urgência no desenvolvimento de novas terapias;, reforça o cientista.
[SAIBAMAIS]Até agora, a substância experimental mais promissora é o Zmapp, da americana Mapp Biopharmaceutica, aprovada pelo Comitê de Ética da OMS em caráter emergencial em agosto de 2014. Trata-se de um coquetel de três anticorpos produzidos a partir das células imunológicas de ratos que receberam doses do vírus para ativar as defesas contra eles. Os testes com primatas não humanos foram bem-sucedidos, mas ainda não há conclusões sobre os efeitos em humanos ; atualmente, estudos clínicos de fase 1 e 2 (que investigam a segurança e a eficácia) estão em andamento na Libéria.
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