Um grande visor parece bloquear o olhar do usuário, mas esconde sob a camada de plástico escuro um verdadeiro mundo infinito. Esses são os displays de realidade virtual, acessórios com cara de ficção científica que devem ser o grande sucesso de 2016 e são tema de uma série que o Correio começa a publicar hoje e vai até terça-feira. Esta promete ser a era da imersão tecnológica, que mistura os sentidos do usuário com estímulos projetados em computador. Se antes a ideia de produzir ambientes de mentira capazes de enganar a mente exigia computadores do tamanho de uma sala e um mar de cabos, hoje a miniaturização coloca todos esses componentes em um acessório que finalmente merece ser colocado na categoria de eletrônicos vestíveis e custa tanto quanto um telefone celular.
A realidade virtual, contudo, consiste em mais do que transferir a imagem para pequenas telas coladas aos olhos. A ciência de transferir a consciência de uma pessoa para um lugar que só existe dentro do computador depende de um avançado sistema de sensores, que têm a tarefa de monitorar cada movimento do usuário e adaptar o mundo virtual a ele. Num videogame comum, por exemplo, o personagem só pode visitar lugares pré-determinados e é manipulado a partir de um controle de movimentos limitados. Agora, porém, as máquinas precisam aprender a reagir a uma infinidade de variações, respondendo em tempo real a qualquer virada de cabeça.
Acelerômetros, sensores de proximidade, giroscópios e lasers detectam qualquer mudança na posição do usuário e enviam o sinal a um software, que calcula como refletir aquele movimento de verdade no mundo virtual. Tudo isso acontece numa velocidade imperceptível, literalmente mais rápida do que um piscar de olhos ; um dos equipamentos de realidade virtual mais aguardados, previsto para chegar ao mercado em breve, leva apenas 20 milissegundos para traduzir a mudança de posição do usuário em uma reação visual.
Confira um filme interativo da USP que transporta o espectador para um sítio arqueológico de Itapeva (SP):
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