Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Projeto mapeia a dengue no Brasil

Processo liderado por laboratório de Belo Horizonte apontará histórico de contato com os quatro sorotipos do vírus da doença. Os dados ajudarão na definição de técnicas de prevenção e tratamento mais eficientes

Superando 1 milhão de casos registrados no Brasil apenas no primeiro semestre deste ano ; mais do que o dobro do ano passado, de acordo com o Ministério da Saúde ;, a dengue é foco de plano nacional que visa elaborar uma estratégia para a possível introdução de uma vacina no calendário oficial de imunizações. Quatro estudos contratados pelo governo federal buscam obter um detalhamento da doença de acordo com as diferentes realidades do território nacional (veja quadro abaixo). Parte dessa frente é o inquérito nacional de soroprevalência, liderado por um laboratório de Minas Gerais e que obtém amostras de sangue em voluntários de 63 municípios. O objetivo é realizar exames e detectar anticorpos da classe IgG contra o patógeno transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O resultado indicará se a pessoa teve contato anterior com um dos quatro sorotipos do vírus: Denv-1, Denv-2, Denv-3 e Denv-4.


;Posteriormente, essa informação será analisada com as obtidas nos demais estudos em curso. Com a ajuda de processos de simulação computacional, será possível propor ao Ministério da Saúde a melhor estratégia para vacinação entre as diferentes propostas que estão sendo discutidas. Esse é um projeto de grande relevância para a saúde no Brasil e resultará em grandes benefícios para a população;, afirma Marcelo Burattini, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do trabalho.

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Iniciado no fim de junho, o inquérito tem previsão de ser concluído até o mês que vem. Burattini conta que a discussão sobre a futura introdução da vacina começou por meio dos comitês assessores dos programas nacionais de controle da dengue (PNCD) e do Programa Nacional de Imunizações (PNI) há cerca de cinco anos. Desde então, surgiram definições de quais estudos preparatórios deveriam ser conduzidos. ;Vários pesquisadores de São Paulo, Goiás e Bahia participam diretamente. Porém o estudo também prevê o levantamento de pesquisas e publicações sobre a dengue realizados de forma a permitir a obtenção de um panorama da pesquisa da área no Brasil;, acrescenta Burattini.


A pesquisa de soroprevalência busca principalmente conhecer o padrão de exposição da população brasileira ao vírus da dengue, considerando os diversos estados e municípios afetados. A análise dos dados permitirá calcular parâmetros descritivos da dinâmica da doença no Brasil, cruciais para a proposição de estratégias de vacinação otimizadas. Os exames, coletados por 65 laboratórios conveniados, são liderados pelo Hermes Pardini, laboratório mineiro que venceu a licitação realizada pela Associação Paulista para o Desenvolvimento de Medicina (SPDM). O projeto prevê a realização de mais de 63 mil testes de dosagem de anticorpos da classe IgG para dengue em voluntários com idade de 1 a 20 anos.

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