Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Uso de robôs em cirurgias urológicas melhora tratamentos

O uso dessas máquinas em cirurgias minimante invasivas tem melhorado o tratamento de complicações como o câncer de próstata e as pedras nos rins. O desafio, segundo especialistas, é habilitar profissionais



;Além da recuperação mais rápida, temos menos sangramento e dor no pós-operatório. Os resultados oncológicos e funcionais são os mesmos quando comparados aos da cirurgia aberta;
Bruno Mello, urologista e professor da Universidade Federal de Minas Gerais

Belo Horizonte ; Visão em três dimensões e movimentos precisos: os robôs são uma realidade na medicina, com vantagens no tratamento de diversas doenças. Unidades da Federação como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre operam com a tecnologia, que não substitui o médico, em intervenções urológicas. Na videolaparoscopia, a máquina reproduz os movimentos do cirurgião por meio de um console afastado da mesa cirúrgica. Outro especialista fica ao lado do paciente para ajustes necessários. A combinação dá mais liberdade de movimento e uma visão ampliada e estável, pois a câmera é movida por um braço articulado.

Com a evolução tecnológica, o que antes precisava de grandes incisões pode ser feito por pequenos orifícios ou mesmo sem cortes, usando orifícios naturais do corpo humano. Um exemplo desse último caso é a endoscopia para o tratamento de cálculos urinários. Nela, utiliza-se a uretra para acessar o sistema urinário e, assim, remover ou quebrar os cálculos. Outras doenças vêm sendo tratadas por meio das cirurgias laparoscópicas, como malformações do trato urinário e os tumores de próstata e de rins. Nesse caso, os procedimentos são feitos por meio de incisões de cinco a 10 milímetros, por onde são introduzidas câmeras microscópicas.

A cirurgia laparoscópica é um dos procedimentos minimamente invasivos mais disseminados e representou uma revolução na urologia. A prostatectomia radical (retirada total da próstata), por exemplo, antes realizada somente por meio de cirurgia aberta, já pode ser feita por acesso laparoscópico, com pequenas incisões no abdômen. Segundo Bruno Mello, urologista da Rede Mater Dei de Saúde e professor adjunto da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), nos Estados Unidos e na Europa, a maioria das intervenções é feita desse modo. ;Além da recuperação mais rápida, temos menos sangramento e dor no pós-operatório. Os resultados oncológicos e funcionais são os mesmos quando comparados aos da cirurgia aberta;, detalha o médico.

O tratamento para o câncer de rim também foi melhorado com a técnica. Tanto a nefrectomia parcial, quando se remove somente o tumor e parte do tecido, preservando o rim; quanto a total, com a retirada do órgão, podem ser feitas por método minimamente invasivo. ;Com a mesma segurança da cirurgia aberta, a nefrectomia laparoscópica permite que o paciente retorne mais rapidamente às suas atividades cotidianas, além de ter menos dor e melhor resultado estético;, comemora o especialista.

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