A popularização dos automóveis, no início do século 20, representou um ganho imenso de conforto para a humanidade, não há como negar. O crescimento da frota em todo o mundo, no entanto, veio acompanhado de um alto preço: a poluição causada pela queima da gasolina e do diesel usados para movimentar esses veículos, hoje apontados como importantes causas de doenças e do aquecimento do planeta. Diante desse problema, cientistas de todo o mundo buscam desenvolver combustíveis menos prejudiciais ao homem e ao planeta e tão eficientes quanto os derivados do petróleo.
O Brasil é um dos pioneiros na área. Os biocombustíveis líquidos (etano e biodiesel) já representam cerca de 20% da matriz brasileira de força veicular, com uma tendência de crescimento futuro. ;O aumento da demanda desses energéticos nos próximos 10 anos está estimado em 80%, conforme o Plano Decenal de Energia 2023 (PDE 2023). Isso evidencia a necessidade de investimentos em toda a cadeia produtiva;, afirma Rafael Menezes, coordenador de Ações de Desenvolvimento Energético do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Para suprir essa demanda, a melhor estratégia não é, por exemplo, plantar mais cana-de-açúcar, principal matéria-prima do etanol brasileiro. Essa estratégia seria equivocada, pois resultaria em mais desmatamento e na ocupação de terras que poderiam servir à produção de alimentos, outra grande demanda global do momento. A saída está em encontrar formas de produzir combustível limpo a partir de outros ingredientes, que tanto podem ser outras plantas quanto restos da indústria que acabam no lixo, como o bagaço da cana.
O MCTI mesmo apoia diversos projetos nessa linha. Um exemplo é o estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), realizado em parceria com outras instituições brasileiras, que utiliza o óleo extraído de microalgas na fabricação de biodiesel. ;Hoje, é imperativo o uso de fontes renováveis e a busca por novas matérias-primas para a produção de energia. O cultivo de microalgas para esse fim tem sido objeto de diversos projetos no Brasil e em outros países;, explica o professor Roberto Bianchini Derner, que coordena a pesquisa na UFSC.
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