Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Pesquisas mostram que infartos nos meses mais frios aumenta em até 30%

Especialistas alertam ainda para a depressão sazonal, causada pela queda da temperatura

Belo Horizonte ; O inverno requer cuidados redobrados com a saúde. A queda nas temperaturas e a baixa luminosidade do período podem trazer problemas como a depressão sazonal e aumentar as chances de transtornos cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVC). Pesquisas científicas mostram que há aumento de até 30% nos casos de infarto nos meses mais frios do ano.

José de Lima Oliveira Júnior, especialista em cirurgia cardiovascular e transplante do coração, explica que três fatores aumentam a probabilidade de problemas no coração durante a estação. O primeiro é uma alteração de natureza fisiológica. A queda de temperatura leva à vasoconstrição arterial, que é a diminuição do calibre dos vasos sanguíneos. Isso ocorre em situações em que necessário manter o corpo aquecido, principalmente quando há choque térmico. Trata-se de uma adequação do organismo que, como resposta à redução da temperatura corporal, passa a produzir mais adrenalina.

;Há mais liberação desse hormônio que faz a vasoconstrição arterial, ou seja, leva a artéria a se contrair. É um mecanismo de defesa acionado com a queda da temperatura para facilitar a manutenção da temperatura corpórea;, diz Lima, que também é coordenador da Comissão de Remoção de Órgãos da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). A alteração faz com que haja maior circulação sanguínea no tórax e no abdômen e menos nas extremidades do corpo.

Aí está a explicação para que as pessoas fiquem com os membros com aparência mais pálida e mãos e pés gelados. O choque térmico contribui para um possível entupimento das veias em pessoas que apresentam fatores com predisposição. ;Isso pode levar a infartos e até à morte súbita;, explica o especialista. Quanto maior a queda da temperatura, mais intensa será a vasoconstrição.

O segundo fator de risco para o coração está relacionado ao aumento no número de casos de infecção respiratória, o que leva ao aumento de inflamações nos vasos sanguíneos. Essas infecções, ao chegarem nas artérias, fazem com que algumas partículas de gordura se desprendam, provocando o entupimento de alguma veia e ocasionando o infarto.

;Há um aumento na formação de placas de aterosclerose. As artérias ficam mais instáveis e propensas a alterações agudas;, afirma Lima. Se as artérias já estiverem com placas de colesterol, os riscos aumentam. ;O processo pode levar à redução do diâmetro das artérias e até ocluí-las completamente, causando infarto e morte súbita.;

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