Se a recomendação de manter o
bem-estar para preservar a saúde cardíaca costuma ser levada a sério pela população em geral,
entre os pacientes cardíacos, a preocupação em segui-la tende a ser ainda maior. Afinal,
tratam-se de hábitos e cuidados com efeitos que podem ser imediatos. Assim, com medo de retornar
à mesa cirúrgica, há pacientes que, por conta própria ou por orientação médica, abdicam de
aspectos fundamentais dessa plenitude, como as relações sexuais. Normalmente, o assunto é pouco
abordado pelos médicos e, quando isso ocorre, os especialistas costumar ser conservadores demais
nas orientações.
A conclusão é de um estudo publicado recentemente na revista
especializada Circulation, da Associação Americana de Cardiologia. Segundo os resultados, apenas
uma a cada oito mulheres (12,5%) e um a cada cinco homens (20%) são orientados sobre a atividade
sexual no primeiro mês de recuperação de um problema cardíaco grave. Além disso, embora nos
Estados Unidos ; e também no Brasil ; a recomendação seja que, dependendo do caso, a atividade
sexual volte ao normal sete dias após a alta hospitalar, os pacientes que tomaram a dianteira da
situação receberam instruções excessivamente restritivas.
Na pesquisa ; liderada por
Stacy Tessler Lindau, diretora do Programa de Medicina Integrativa Sexual do Centro Médico da
Universidade de Chicago ;, foram acompanhados 3.501 pacientes de ataque cardíaco em 127
hospitais da Espanha e dos EUA entre 2008 e 2012. Em média, os participantes tinham 48 anos e
dois terços eram mulheres. A maioria dos voluntários, que disseram manter relações sexuais
normalmente um ano antes do infarto, relatou que se sentia à vontade para discutir o assunto com
um médico. Apesar disso, somente 12% das mulheres e 19% dos homens tiveram essa conversa no
primeiro mês após o ataque cardíaco.
Da minoria que discutiu a situação com um
especialista, um terço foi informado de que poderia retomar a atividade sexual sem restrições.
Os outros foram orientados a limitá-la, que deveriam ser mais passivos para que conseguir manter
a frequência cardíaca baixa. Na Espanha, as mulheres foram 40% mais propensas a receber
conselhos restritivos do que os homens. Ao contrário dos Estados Unidos, onde as recomendações
foram mais restritivas para eles. De forma geral, as europeias tiveram 36% mais chances de
receber conselhos conservadores.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, .