Qualquer bom cozinheiro já constatou o poder da cebola na culinário. Agora, graças a um estudo da Universidade Nacional de Taiwan, o vegetal está mostrando sua força também fora desse universo. Pesquisadores da instituição de pesquisa oriental usaram células da planta para produzir um músculo artificial que, diferentemente de outras estruturas do tipo criadas, pode tanto se expandir quanto se contrair para se curvar em diferentes direções, dependendo da voltagem elétrica que recebe.
Músculos artificiais são estruturas que podem ser feitas de materiais variados. Elas contam com um revestimento metálico que, ao ser estimulado eletricamente, faz o conjunto se dobrar. As aplicações podem ser inúmeras, e esses dispositivos têm se mostrado úteis em áreas como a robótica e a medicina. Alguns anos atrás, por exemplo, pesquisadores da Universidade da Califórnia criaram um músculo artificial que restaurou a capacidade de fechar os olhos a pacientes com paralisia facial.
Um dos autores do novo estudo, o pesquisador Wen-Pin Shih explica, em um comunicado à imprensa, que o objetivo inicial era desenvolver uma microestrutura que aumentasse a capacidade dos músculos artificiais já existentes de se dobrarem e esticarem quando estimulados eletricamente. ;Um dia, percebemos que a estrutura e as dimensões da célula da cebola eram semelhantes às que estávamos fazendo;, conta Shih, cujo estudo foi publicado esta semana na revista especializada Applied Physics Letters.
A epiderme do vegetal ; a frágil pele encontrada logo abaixo de sua superfície ; é uma fina e translúcida camada de blocos de células dispostas em uma compacta malha. Shih e seus colegas pensaram, então, que as células da epiderme do vegetal poderiam ser candidatas viáveis para a difícil tarefa de criar um músculo mais versátil, que poderia se expandir e contrair enquanto se curvasse. Até então, explica o pesquisador, músculos artificiais podem fazer apenas um dos dois movimentos.
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