Uma tribo de ianomâmis que viveu até o século 21 sem contato com civilizações ocidentais, no interior da Amazônia venezuelana, é o grupo humano com o microbioma mais diverso observado até hoje, ou seja, em nenhuma outra comunidade as pessoas têm um número tão diferente de bactérias no corpo. A descoberta, relatada por pesquisadores dos Estados Unidos e da Venezuela na revista Science Advances, traz pistas sobre por que o ser humano desenvolve resistência a antibióticos e mostra a importância de estudar o organismo de comunidades isoladas, o que pode levar à descoberta de remédios.
O grupo indígena estudado ; cuja localização não foi revelada para preservá-lo ; permaneceu sem contato com ocidentais até 2008, quando foi visualizada por militares que sobrevoavam a floresta. No ano seguinte, técnicos do Ministério da Saúde do país sul-americano visitou a tribo, e um dos autores da pesquisa recebeu autorização para acompanhá-los. ;Nós já estávamos estudando o microbioma dos ameríndios quando surgiu a oportunidade de uma expedição para essa comunidade sem contato com outros povos;, conta ao Correio Maria Gloria Dominguez-Bello, professora associada da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York e coautora do estudo.
Foram colhidas amostras epiteliais, orais e fecais de 34 dos 54 moradores integrantes da tribo. Os cientistas compararam, então, o DNA bacteriano desses indivíduos com o de populações dos Estados Unidos e de duas comunidades tribais que sofreram grande exposição à cultura ocidental: os Guahibo, da Venezuela, e moradores de zonas rurais do Malawi, no sudeste da África.
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