Belo Horizonte ; Olhe para a janela. Você está vendo o futuro. Esse objeto está deixando de ser uma mera passagem para o ar e a luz e ganha novas funções. Pesquisadores apostam que a abertura, quando ganha componentes tecnológicos modernos, pode se tornar uma parceira da eficiência energética em residências e prédios comerciais.
As chamadas janelas inteligentes (smart windows, em inglês) são feitas de um vidro composto por elemento eletrocrômico, material que, ao receber um estímulo elétrico, muda de cor e filtra a luz solar, controlando a luminosidade e bloqueando os raios infravermelho e ultravioleta. Assim, elas funcionam de forma parecida à dos óculos que escurecem quando expostos à claridade e retornam à condição de transparência em ambientes mais escuros. A diferença é que o uso da energia elétrica permite controlar melhor a mudança de tonalidade do vidro, usando a janela para tornar o interior mais iluminado e menos quente.
Como cerca de 40% da energia consumida em habitações ou edifícios são usados para iluminar, ventilar e refrigerar ambientes, essas janelas podem ser sinônimo de economia, ao reduzirem ou até eliminarem a necessidade de iluminação artificial e do ar-condicionado durante o dia. São úteis principalmente nas construções com maior quantidade de vidro na fachada. Há redução também no uso de cortinas e persianas, que acumulam poeira. Com o avanço nas pesquisas em todo o mundo, já há smart windows feitas com cristal líquido (material da tela dos celulares), com células solares integradas para gerar a energia necessária ao acionamento da janela e até mesmo para funcionar como ;miniusinas solares;. A maior barreira são os custos da tecnologia, ainda elevados em relação ao ganho com a eficiência energética.
O eletrocromismo está presente no dia a dia de milhares de pessoas. Alguns modelos de automóveis saem de fábrica equipados com espelho retrovisor dotado de sensores que reagem à luz e mudam de tonalidade, reduzindo a luminosidade de sua superfície. Isso é percebido quando o veículo recebe a luz do farol alto do carro que está atrás. Automaticamente, o espelho escurece, reduzindo o brilho incômodo. Outro exemplo está no Boeing 787 Dreamliner, um dos mais modernos aviões do mundo, lançado em 2011. Nele, as janelas permitem ao passageiro reduzir a intensidade da luz solar com o acionamento de um simples botão, que dispara um impulso elétrico fazendo o vidro mudar de cor e bloquear os raios ultravioleta.
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