O surgimento da vida na Terra é como o prêmio de uma verdadeira loteria, resultado da combinação de uma série de fatores improváveis. O mais conhecido deles é a chamada ;zona Cachinhos Dourados;, área que, por ficar a uma certa distância do Sol, não é nem quente nem fria demais para o desenvolvimento de organismos. Mas tem mais. Em outros sistemas, essa zona é normalmente habitada por super-Terras, corpos celestes maciços cuja gravidade os colocou nessa posição privilegiada. Como então o pequeno Planeta Azul conquistou um espaço geralmente ocupado por gigantes? Astrônomos acreditam que o responsável por esse arranjo incomum seja Júpiter, um objeto grande o suficiente para ter reorganizado todo o Sistema Solar.
Um artigo publicado esta semana na Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas) sustenta a teoria de que Júpiter tenha levado à extinção das super-Terras que originalmente existiam onde hoje está nosso planeta. Depois de se formar na periferia do sistema, o gigante teria se aproximado do Sol como uma bola de demolição, empurrando consigo um grande disco de gás e planetesimais, como são chamados os corpos rochosos com menos de 100km. Isso tudo teria acontecido quando Sol não tinha mais do que 1 milhão de anos (hoje, tem cerca de 4,5 bilhões).
O fenômeno teria causado um efeito dominó, deformando a órbita desses pequenos corpos celestes e fazendo com que eles se chocassem uns contra os outros por milhares de anos. O resultado teria sido ainda mais trágico para os enormes planetas que antes habitavam a vizinhança solar: atraídos pela estrela, teriam acabado sendo consumidos por ela.
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