Uma das paisagens mais marcantes do território sul-americano, a Amazônia foi considerada território intocado até 1492, quando Cristóvão Colombo chegou ao Novo Mundo. Um projeto lançado na reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), que acontece na Califórnia (EUA) até segunda-feira, vai investigar se essa ideia é realmente verdadeira. Encabeçada pela Universidade de Exeter, no Reino Unido, a pesquisa buscará saber como as sociedades antigas lidavam com a mata, quais impactos deixaram e se essas práticas podem ser aproveitadas para assegurar, agora, a sustentabilidade da floresta.
[SAIBAMAIS];A maioria das pessoas que trabalham nessa área acredita que a Amazônia era intocada. Nós planejamos identificar se há marcas humanas na floresta porque a biodiversidade que queremos preservar não é apenas a que resultou de milhares de anos de evolução natural. Quando os humanos começaram a povoar o território, há 13 mil anos, iniciaram mudanças no ambiente, criando, por exemplo, plantas que alteraram a aparência da floresta;, disse ao Correio José Iriarte, líder da pesquisa.
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A expectativa é de que o estudo dure quatro anos. No Brasil, o trabalho contará com a articulação da pesquisadora Denise Schaan, arqueóloga e professora da pós-graduação em antropologia da Universidade Federal do Pará; além de Luiz Aragão, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A equipe multidisciplinar tentará estimar quanto os ecossistemas amazônicos foram afetados pelas atividades dos pré-colombianos, assunto que gera debates no meio acadêmico.
Denise Schaan conta que a parceria com Iriarte começou em 2011, em pesquisas sobre geoglifos (grandes figuras feitas no chão) do Acre, coordenadas por ela desde 2007. Com o financiamento da União Europeia ; um montante de 1,7 milhão de euros custeado pelo Conselho Europeu de Pesquisa ;, o projeto assumiu dimensões maiores, sendo ampliado para outros, com esforços mais intensos na coleta de amostras. Passou também a contar com uma equipe mais numerosa e capacitada.
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