postado em 10/02/2015 06:03
Já pequena, Fernanda Rios demostrava que a relação com os livros era prazerosa. ;Chegava em casa e corria para fazer o dever. Sempre muito animada. Gostava de ler com antecedência as matérias que os professores iam passar e sempre tirava notas boas;, lembra a servidora pública de 37 anos. Ajudar os amigos com dificuldades e faltar as aulas de educação física para ficar estudando na biblioteca também eram atitudes comuns.Ao entrar na faculdade, Fernanda sentiu-se ainda mais motivada a continuar com a rotina de estudos. ;Quando fiz pedagogia na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), recebi uma bolsa de iniciação científica e, assim, tive contato com a pesquisa acadêmica, o que me incentivou a buscar novos conhecimentos ainda mais;, conta.
De vez na vida adulta, vieram novas responsabilidades, mas a relação de Fernanda com os livros não sofreu muitas mudanças. Continua sendo uma prioridade. ;Estudo toda semana, normalmente de quatro a oito horas. E sempre visando atingir alguma meta: passar em um concurso, ser aprovada em uma pós-graduação ou planejar uma aula que eu vá ministrar;, detalha. ;Tenho muita vontade de estudar. Conclui quatro pós-graduações e ainda quero fazer o mestrado, o doutorado e o pós-doutorado.;
Para Naim Akel, coordenador do curso de psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), realizar uma atividade com muita frequência pode trazer benefícios tanto para a saúde física quanto para a mental. O hábito, segundo o especialista, pode ser chamado de motivação. ;É saudável executar atividades que liberem a dopamina; o organismo funciona melhor, o coração e o humor também;, explica.
Mas é preciso estar alerta para que essa motivação não se torne algo prejudicial. ;O vício é uma necessidade incontrolável (de fazer alguma coisa que traga prazer) que acaba se tornando algo negativo. As pessoas ficam em uma situação compulsiva, não conseguem fazer outra coisa e acabam abrindo mão de responsabilidades e compromissos;, explica Akel.
Em algumas ocasiões, Fernanda confessa que trocou as horas de descanso pelo estudo; porém, ela diz que consegue perceber quando a motivação deixou de lhe fazer bem. ;No concurso da Receita Federal, em 2003, acertei 86% da prova, mas não fiquei dentro das vagas do edital. Fiquei muito decepcionada comigo e preocupada, porque havia meses que eu ficava os fins de semana inteiros no cursinho e as madrugadas inteiras em cima dos livros. Não conseguia falar de outro assunto, desligar a cabeça;, relata.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique .