Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Células-tronco amenizam efeitos da radioterapia contra o câncer

Pesquisadores dos EUA asseguram que a terapia poderá evitar o declínio cognitivo e outras sequelas do tratamento

Embora seja essencial no tratamento contra o câncer no cérebro, a terapia com radiação está associada a sérios efeitos colaterais, como declínio cognitivo e comprometimento da coordenação motora. Isso acontece porque células fundamentais para esse órgão, os oligodendrócitos, são prejudicadas com a intervenção. Um trabalho desenvolvido no Kettering Cancer Center Memorial, em Nova York (EUA), promete não apenas superar o problema, mas também recuperar totalmente o cérebro dos pacientes com células-tronco. Os resultados foram publicados na edição de hoje da revista especializada Stem Cell.

A equipe, liderada pela neurocirurgiã Viviane Tabar e pela pesquisadora Jinghua Piao, investigou se as células-tronco poderiam ser ;transformadas; em células perdidas durante o tratamento de câncer no cérebro com radiação. Em estudos com ratos e amostras de tecidos cerebrais humanos, os autores perceberam que a radiação não ataca apenas as estruturas doentes, mas também as saudáveis, como os oligodendrócitos.

Eles formam as bainhas de mielina, que funcionam como ;fita isolante; dos neurônios, permitindo que eles se comuniquem de forma mais eficiente e rápida. É por isso que, após o tratamento, surgem falhas cognitivas e motoras. O mesmo é percebido em doenças degenerativas, como a esclerose múltipla, caracterizada pela deterioração da bainha de mielina. Crianças com câncer de cérebro são ainda mais prejudicadas, porque frequentemente as doses da radioterapia são reduzidas ; comprometendo a eficácia do tratamento ; para evitar grandes sequelas.

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