Ciência e Saúde

Imagens de asteroide vão ajudar a entender leis que regem o Sistema Solar

Astrônomos aproveitam a passagem do asteroide 2004 BL86 para descobrir dados sobre esse tipo de objeto e sobre a história do Sistema Solar. A rocha espacial ficou, ontem, a 1,2 milhão de quilômetros da Terra, o que garantiu boas imagens aos especialistas

Roberta Machado
postado em 27/01/2015 09:41
Nestes dias, a Terra recebe um visitante raro: um asteroide de quase meio quilômetro de diâmetro, que, ontem, atingiu seu ponto mais próximo do planeta, a pouco mais de 1,2 milhão de quilômetros, ou 3,1 distâncias lunares. Conhecido como 2004 BL86, esse será o maior objeto a cruzar a vizinhança terrestre na próxima década e deve permanecer visível para os astrônomos até o final da semana. O fenômeno, que não representa perigo nenhum para a humanidade, é uma oportunidade valiosa para os pesquisadores examinarem com mais detalhes esse tipo de objeto e entender melhor as leis que regem o Sistema Solar.

[SAIBAMAIS]O ponto alto da visita para os especialistas e demais fascinados pelo espaço foi ontem à noite, quando a rocha foi iluminada pelo Sol e se tornou bastante visível. O corpo celeste, que, com a ajuda de telescópios simples, pode ser visto a partir do continente americano, da África e da Europa, deve ser acompanhado até o dia 1;, quando se afastará de vez da Terra. Estima-se que a rocha espacial faça seu trajeto ao redor do Sol em 1,8 ano. Mas a órbita da Terra torna esse encontro muito raro. O 2004 BL86 passou pela última vez por aqui em 1934 e só deve voltar em 2050. Uma aproximação tão apertada como a desta semana é ainda mais rara e se repetirá daqui a mais de 300 anos.



A Terra é visitada constantemente por objetos espaciais, mas a maioria deles não costuma ter mais do que alguns metros de diâmetro e acaba passando desapercebida. ;Conhecemos a trajetória de todos os objetos com mais de 1km de diâmetro, mas os menores a gente está descobrindo mais recentemente;, explica o astrônomo Othon Cabo Winter, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). ;Agora tem virado rotina, estamos mapeando objetos de centenas de metros. Existe uma quantidade significativa de objetos desse tamanho;, aponta o especialista brasileiro. Um corpo celeste dessa mesma magnitude só deve passar novamente pela Terra em 2027, quando o asteroide 1999 AN10 se aproximará na mesma altura da órbita da lua ; o fenômeno também não representa perigo.

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