Um tumor é o crescimento anormal de células em um determinado tecido do corpo. Pode ser benigno e não oferecer ameaça à vida, ou maligno, também chamado de câncer. Como as células começam a se desenvolver dessa forma e o que motiva o processo ainda intrigam os cientistas. Mas uma coisa é certa para quase todos os tipos de cancro: o peso da herança genética. Ter a mãe, a tia ou a uma prima com diagnóstico de câncer de mama, por exemplo, serve de alerta para que a mulher busque um acompanhamento preventivo minucioso. Se essa é uma verdade nas relações entre famílias, quanto também não une uma população, uma cultura ou uma etnia? Em busca de intervenções mais efetivas, pesquisadores estudam possíveis disparidades raciais e étnicas na incidência, na agressividade e até mesmo no tratamento de doenças como o câncer.
Centenas de trabalhos científicos, produzidos especialmente na América do Norte, mostram uma diferença na maneira com que os tumores malignos podem reagir de acordo com a informação genética herdada por determinada população étnica. Essas informações, na maioria das vezes, também refletem o estilo de vida, os hábitos culturais ou ainda as condições de acesso a um sistema de saúde de qualidade. Maria Paula Curado, epidemiologista do Centro Internacional de Pesquisa do A.C.Camargo Cancer Center, observa, porém, que ainda não há estudos que certifiquem a existência de um fator fisiológico específico para a ocorrência da doença em determinada etnia. ;Sabemos que a suscetibilidade é diferente. Isso do ponto de vista epidemiológico e sociodemográfico, mas não do ponto de vista molecular.;
De acordo com a Associação Americana de Pesquisa para o Câncer, as mulheres brancas têm as maiores taxas de incidência da doença em geral, mas as negras morrem mais em decorrência dela. O mesmo cenário acontece com os homens. Curado não sabe dizer se existe a confirmação desses dados entre a população brasileira pela mistura das raças, mas que fazer parte de um grupo étnico deve ser um fator considerado no momento de avaliar o risco de um paciente para algum tipo de tumor maligno, ressalta a especialista.
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