Em pleno século 19, quando as cidades do Brasil eram apenas um esboço no antigo mapa nacional, um médico escocês de vinte e poucos anos foi convidado pela Coroa portuguesa para investigar riquezas que, àquela altura, o Império já percebia como abundantes no país: os recursos naturais. O nome do cientista era George Gardner, o primeiro a aceitar o desafio de adentrar o país para identificar as plantas usadas por comunidades remotas daquele tempo.
Padres jesuítas foram pioneiros no registro de dados sobre o uso dos vegetais nativos e, ainda no século 17, o médico e naturalista holandês Guilherme Piso organizou o primeiro livro sobre as ervas medicinais dos ameríndios. A obra serviu como principal fonte de informações sobre a biodiversidade brasileira até o início do século 19, quando a família real se mudou para o Rio de Janeiro, temendo a invasão de Portugal por Napoleão Bonaparte. Gardner, contudo, foi pioneiro na investigação dos conhecimentos dos habitantes do interior, um trabalho que seria continuado depois por outros naturalistas europeus.
Entre julho de 1836 e junho de 1841, o escocês ; que tinha apenas 24 anos no início da viagem ; listou e colheu diversas espécies e seus vários usos. A expedição rendeu dois livros ; Catálogo de plantas brasileiras e Viagens pelo interior do Brasil ; e uma rica coleção, guardada hoje nos Reais Jardins Botânicos de Kew, no Reino Unido. É lá, sob cuidado britânico, que mais de 60 mil espécimes de plantas e insetos brasileiros estão preservados. Enquanto muitas ainda são desconhecidas pelos próprios brasileiros, outras nem existem mais. Há, entretanto, esforços para que dados tão ricos retornem ao país.
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