Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Pesquisa mostra que contato materno é um poderoso remédio para os filhos

Em experimento com ratos, cientistas dos EUA constatam que a presença da genitora bloqueia a sensação de dor nos filhotes

O contato materno é mesmo um santo remédio. Capaz até de evitar a dor física. É o que dizem cientistas de uma instituição norte-americana. Ao analisar as reações de filhotes de rato na presença e na ausência da genitora, eles perceberam que um grupo de genes responsáveis pela dor era menos ativo quando os bichinhos estavam acompanhados. Os estudiosos acreditam que o mesmo comportamento ocorra em seres humano e que a influência da presença da mãe na atividade dessas células possa agir também no desenvolvimento do cérebro.

;Gerenciar a dor durante procedimentos médicos é um assunto de extrema importância na medicina hoje. Nosso trabalho foi projetado para entender melhor um método de redução desse problema em jovens;, explica ao Correio Regina Marie Sullivan, psiquiatra do Centro de Estudos da Criança no NYU Langone Medical Center e uma das autoras do estudo, divulgado na reunião deste ano da Sociedade de Neurociência, em Washington.

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Os cientistas concentraram-se em reações genéticas no tecido da amígdala, estrutura cerebral responsável pelo processamento de reações como o medo e o prazer. Descobriram que pelo menos 100 genes responsáveis pela sensação de dor eram menos ativos em filhotes quando estavam perto da mãe. ;O que esse experimento nos mostrou é que a presença materna serve como um amortecedor do cérebro em uma resposta à dor. Pelo nosso estudo, entendemos que, quando a mãe reconforta seu bebê que tem esse desconforto, não provoca apenas uma resposta comportamental. Isso também reflete em mudanças no circuito neural geradas pela inativação de genes;, explica Sullivan.

Gustavo Guida, geneticista do Laboratório Exame, observa que o conjunto de genes analisados e que sofrem mudanças de ativação é provocado por fatores externos, como o simples olhar da mãe. ;Isso é diferente de reações químicas, por exemplo, e pôde ser provado pela observação em ratos;, diz. O especialista destaca ainda que a sensação de conforto independe de fatores biológicos. ;Vemos em humanos que a melhora das crianças acontece mesmo com a presença da mãe adotiva. Não é uma ligação biológica, mas sim emocional.;

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