Ao deixarem a África para conquistar o mundo, os primeiros humanos espalharam peças de seu DNA pelos seis continentes. Por isso, hoje, é possível rastrear traços genéticos primitivos em populações de todo o planeta. Apesar disso, é o genoma africano que contém as informações mais semelhantes às originais, tornando-o uma importantíssima fonte de dados para a ciência. Buscando conhecer melhor a origem do homem moderno, uma equipe internacional de pesquisadores publicou, na revista Nature desta semana, a primeira iniciativa de caracterização abrangente da diversidade genética do continente.
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Os dados podem informar médicos e cientistas sobre a origem da maior suscetibilidade ou resistência a doenças em certas populações, além de revelar como ocorreram os movimentos populacionais ao longo de milênios. Os autores, liderados pelo Wellcome Trust Sanger Institute, no Reino Unido, esperam auxiliar, especialmente, no combate a doenças altamente prevalentes na África.
Para levantar os dados, o Africa Genome Variation Project (AGVP) firmou uma parceria com médicos de diversos países, como Etiópia, Gana e Nigéria, que analisaram mais de 1,8 mil pessoas. Além disso, o trabalho sequenciou completamente o genoma de 320 indivíduos, permitindo a caracterização do perfil genético de 18 grupos etnolinguísticos da África Subsaariana.
Os testes revelaram 30 milhões de variantes genéticas, sendo que um quarto delas nunca foi identificado em nenhum outro grupo populacional, e mostraram regiões do DNA africano que podem ser associadas à suscetibilidade para hipertensão e doenças infecciosas muito comuns na região, como malária, febre de Lassa e tripanossomíase.
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