Cientistas encontraram pistas de que o distúrbio do espectro autista teria origem relativamente
recente na evolução humana. A descoberta é de um grupo de pesquisadores da Escola de Medicina da
Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e foi apresentada ontem, durante o encontro anual da
Sociedade Norte-Americana de Genética Humana, em San Diego. De acordo com o estudo, uma região do
genoma relacionada ao distúrbio sofreu mudanças complexas nos últimos 250 mil anos, depois que já
havia surgido o homem como o conhecemos hoje. Isso indicaria que ao menos parte dos fatores que
influenciam o autismo são exclusividade do humano moderno. Os resultados apontam um caminho para
análises mais profundas acerca da influência dos genes sobre o problema e podem ajudar na busca por
novos diagnósticos e tratamentos.
Na pesquisa, foram analisados os genomas de 2.551
humanos, 86 macacos, um neandertal e um hominídeo de Denisova, descoberto recentemente na Sibéria. O
alvo dos estudiosos era uma região do cromossomo 16 conhecida como 16p11.2, onde podem acontecer
duplicações ou eliminações de segmentos de DNA. Os geneticistas já sabiam que determinados segmentos
genéticos dessa região se repetem de forma diferente, o que pode ser uma causa do
autismo.
O trabalho mostrou que a 16p11.2 era muito mais complexa em humanos do que em
seus ancestrais, e que macacos e hominídeos não apresentavam as mesmas variações que os cientistas
relacionam hoje ao distúrbio. ;Somente humanos têm uma estrutura em que as eliminações e as
duplicações na região 16p11.2 ligadas ao transtorno podem ocorrer. Então, pelo menos os casos de
autismo relacionados com a região 16p11.2 são exclusivos dos humanos;, conclui Xander Nuttle,
estudante do Departamento de Ciências Genômicas da Escola de Medicina da Universidade de Washington
e principal autor do estudo.
A matéria completa está disponível
aqui
, para assinantes. Para assinar, clique
aqui
.