;Não façam o que os outros dizem, trilhem seu próprio caminho, não temam correr riscos e trabalhem duro.; Esses são os conselhos de Eric Betzig, cientista do Howard Hughes Medical Institute, a quem um dia sonha em juntar-se a ele no topo da ciência. Em entrevista ao Correio, por telefone, de Munique, onde participava de um workshop, Betzig foi cauteloso ao citar possíveis aplicações de seus estudos na área médica, mas admitiu que as pesquisas caminham nesse rumo. ;O único modo com o qual podemos reverter a engenharia das máquinas celulares é por meio da observação dessas células operando;, explicou. De acordo com ele, o desenvolvimento da microscopia monomolecular foi um processo extremamente metódico e empírico.
O senhor pensava em chegar tão longe? Teve que superar dificuldades?
Quando você começa, você nunca imagina isso (risos). Foi um processo muito metódico. Você tenta diferentes técnicas, descobre o que funciona, detecta várias coisas que não funcionam. Alguns experimentos e ideias vieram dessa pesquisa e se tornaram base de estudos da genética.
Agora que recebeu o Nobel, o senhor tem muitos projetos?
Meus planos são tentar me certificar de que minha vida vai mudar o mínimo possível. Eu gosto da minha vida, e isso é suficiente. Eu tenho uma perfeita situação de trabalho. Fico o dia todo no laboratório, tenho várias responsabilidades e espero voltar a fazer isso.