Quando o assunto é estética, cada cultura tem as suas particularidades. As mulheres islâmicas, por exemplo, não devem remover os pelos faciais, incluindo as sobrancelhas. O profeta Abdullah, no livro sagrado de Sahih Al Bukhari, amaldiçoa quem vai contra a regra. Já na América, abaixo dos trópicos, a ordem é que os fios sejam removidos. Mas pesquisadores alertam: a depilação pode aumentar o risco de infecções. Deixa o corpo mais vulnerável à ação de bactérias e vírus, como o da hepatite e o da Aids.
O médico François Desruelles, do Departamento de Dermatologia do Hospital Archet, em Nice, na França, é um dos cientistas que chegaram a essa conclusão. Em um estudo publicado na revista científica Sexually Transmitted Infection, ele defende que as irritações de pele provocadas pela depilação da área genital explicam o recente aumento das doenças sexualmente transmissíveis (DST), em especial a chamada molusco contagioso, causada por um poxvirus e responsável pelo surgimento de pequenos caroços perolados na pele e nas mucosas. Segundo ele, o procedimento também aumenta as chances de aparecimento de verrugas genitais provocadas pelo HPV, principal causador do câncer de colo de útero.
Desruelles estudou, entre janeiro de 2011 e março de 2012, os hábitos de 30 pacientes com o molusco contagioso, 93% deles adeptos da depilação íntima. De todos, apenas seis eram mulheres, o que revela que os homens estão aderindo cada vez mais à moda de retirar os pelos corporais. A média de idade dos voluntários era de 29 anos, período em que a vida sexual costuma ser ativa. Além da DST, o médico detectou pelos encravados, verrugas, foliculite (infecção bacteriana da pele), cistos e cicatrizes.
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