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Ciência e Saúde

Cientistas descobrem o Spinossaurus, o dinossauro que podia nadar

O carnívoro, que viveu há 95 milhões de anos, tinha até 15 metros de comprimento e vinte dentes afiados em uma boca longa e estreita

Washington - Com um peso de até 20 toneladas, o Spinossaurus era um mastodonte curioso, uma espécie de cruzamento entre pato e crocodilo, e possuía traços anatômicos que sugerem uma adaptação ao meio aquático, de acordo com uma análise de fósseis encontrados no Marrocos. Este dinossauro carnívoro, que viveu há 95 milhões de anos, tinha até 15 metros de comprimento e possuía vinte dentes afiados em uma boca longa e estreita, com a qual devorava peixes.



O estudo também destaca uma grande densidade óssea nas extremidades, que teria permitido que este dinossauro pudesse submergir invés de apenas flutuar. O anatomista J.G.M. Thewissen, da Universidade de Medicina de Ohio, ressaltou que essa densidade é semelhante à das primeiras baleias ou à dos hipopótamos modernos. Na visão de Sereno, o Spinossaurus, com sua boca de crocodilo, seu pescoço longo e corpo estirado, devia parecer uma mistura de pato com crocodilo.

Os especialistas observaram que este dinossauro devia ter muita dificuldade em terra firme para manter o equilíbrio durante muito tempo, por causa da anatomia de suas patas traseiras. Também possuía uma enorme crista nas costas, que se assemelha à vela de um barco. Os primeiros ossos do Spinossaurus foram achados em 1912, no Egito, e foram descritos em 1915 pelo paleontólogo alemão Ernst Stromer von Reichenbach, que, no entanto, não conseguiu decifrar suas capacidades de adaptação à água.

Esses ossos, que se encontravam em Munique, foram destruídos pelos bombardeios na Segunda Guerra Mundial e foi necessário esperar quase um século para conseguir outro esqueleto, que teve suas primeiras peças achadas por um nômade, colecionador amador de fósseis no Marrocos. As notas, desenhos e publicações de Stromer sobreviveram em uma casa de sua família na Baviera e permitiram fazer comparações com os ossos achados no Marrocos. Os cientistas reconstruíram este esqueleto com os novos ossos e versões digitais das anotações de Stromer, e com a ajuda do exame de um ancestral do Spinossaurus, o Suchomimus, que era bastante diferente.