Além de viverem por muitos anos, serem calmas e possuírem cascos de alta proteção ; suas características mais famosas ;, as tartarugas são barulhentas. É o que mostram pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Os cientistas analisaram a convivência dos répteis na Floresta Amazônica e descobriram que os animais emitem sons para se manterem unidos e cuidarem melhor dos muitos filhotes. O trabalho, publicado na edição desta semana da revista Herpetologica, pode auxiliar na criação de estratégias de preservação desses animais, que correm sérios riscos de extinção.
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A análise brasileira foi iniciada depois de os pesquisadores tomarem conhecimento de um estudo semelhante feito fora do país e que os deixou intrigados. ;Vimos um trabalho realizado na Austrália que mostrava dados semelhantes e pensamos em repeti-lo aqui, onde temos tantas espécies distintas. Nos falaram que éramos doidos por tentarmos provar um fato que quase não possuía históricos anteriores, mas resolvemos arriscar;, conta ao Correio Camila Ferrara, coautora do trabalho, colaboradora do Inpa e pesquisadora da ONG Wildlife Conservation Society (WCS).
Para investigar os sons dos quelônios, Ferrara e colegas analisaram animais conhecidos como tartarugas-do-rio-amazonas, no Rio Trombetas entre 2009 e 2011. Nesse período, os cientistas capturaram 270 sons individuais durante 220 horas de gravação, algumas com microfones capazes de captar sons embaixo d;água. O estudo se concentrou na fase de nidificação. ;Esse é o momento em que elas deixam a floresta inundada para ir ao assentamento chocar os ovos nas praias, nas margens dos rios;, explica Ferrara.
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