Durante nove meses, aquele é um abrigo inviolável. Uma garantia de que nada de ruim vindo do mundo externo poderá agredir o bebê. Mas o útero materno não tem só coisas boas para oferecer. Ali, mesmo antes de nascer, a criança já pode começar a desenvolver traumas. Pesquisas recentes indicam que, em situações de medo, o odor de substâncias químicas secretadas pelo organismo da mãe é identificado pelo feto, que aprenderá a associar esses cheiros a coisas ruins. Segundo os cientistas, muitas fobias e pavores inexplicáveis podem ter origem na fase intrauterina ou nos primeiros dias de vida.
O estudo mais recente foi publicado na revista Pnas, da Academia Nacional de Ciências dos EUA. Nele, pesquisadores da Universidade de Michigan e da Universidade de Nova York investigaram o comportamento de roedores cujas mães aprenderam a temer o cheiro de hortelã. Os cientistas demonstraram que as ratinhas ensinaram esse medo à descendência nos primeiros dias de vida, por meio do odor que exalavam em situações de estresse.
Os pesquisadores acreditam que a descoberta vai ajudar a compreender um fenômeno que ainda desafia estudiosos da saúde mental: como experiências traumáticas podem afetar profundamente uma criança, ainda que tenham ocorrido muito tempo antes de ela nascer. Há inúmeros relatos do tipo na literatura médica.
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