Para descobrir esse refinamento na orientação das abelhas, o grupo de pesquisadores retirou delas a capacidade de ter a luz do dia como referência. Os especialistas fizeram isso capturando algumas e as anestesiando por seis horas. Depois, quando elas acordavam, eram soltas em um outro local nos arredores da colmeia. Pequenos sensores presos aos insetos possibilitavam que todo o trajeto fosse monitorado por meio de um radar harmônico. ;Esse dispositivo nos permite acompanhar o voo de uma única abelha a uma distância de 1km. Assim, fomos capazes de estudar o comportamento dos bichos dentro das dimensões da sua navegação natural;, conta Randolf Menzel, professor do Instituto de Neurobiologia da Universidade Livre de Berlim e um dos autores do estudo.
Como não sabiam que tinham ficado seis horas desacordadas, as operárias se comportavam inicialmente como se fosse o começo do dia. Enganadas pelo Sol, começavam a seguir na direção contrária. Porém, logo elas percebiam que era preciso mudar o curso e voavam de volta para a colmeia, usando alguma outra referência. Para os autores do trabalho, publicado na semana passada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), essa referência é um mapa cognitivo que os insetos conseguem formar da região próxima da colmeia.
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