Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Estudo indica que há desconhecimento sobre doenças que atingem o intestino

Um dos órgãos mais importantes do organismo é alvo de doenças incuráveis e capazes de comprometer a qualidade de vida de pacientes

Belo Horizonte ; A doença inflamatória intestinal (DII) pertence a um grupo de enfermidades crônicas, de causa desconhecida, que envolve o aparelho digestivo. Pesquisa recente realizada pela TNS Brasil revela o comportamento das pessoas diante dos principais sintomas do problema. No caso de dor abdominal, 46% se automedicam; se têm diarreia frequente, 61% usam remédios sem orientação médica ou adotam soluções caseiras; e, quando há sangue nas fezes, 39% dos entrevistados disseram esperar que o quadro melhore.

Professora de coloproctologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, Sinara Leite explica que há dois tipos principais de DII: a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn. Ela esclarece que ambas as enfermidades têm impacto negativo considerável na qualidade de vida do paciente, pois requerem atenção médica prolongada e representam um peso social importante. ;Elas têm distribuição uniforme entre os gêneros masculino e feminino e acometem, principalmente, pessoas jovens, com um pico de incidência entre 15 e 30 anos, embora possam ocorrer em qualquer idade. Há um segundo pico entre os 50 e os 70 anos. Nessa faixa, o controle tende a ser mais complicado pela presença de outras patologias, como hipertensão arterial e diabetes;, detalha.



Dados são escassos
Os estudos epidemiológicos no Brasil sobre as doenças inflamatórias intestinais são escassos e, de modo geral, restritos a determinadas regiões do país. Dados do Ministério da Saúde mostram que a Região Norte é a que apresenta menor taxa de internações relacionadas a DII (1,16/100.000 habitantes), seguida pelo Nordeste (2,17/100.000 habitantes), pelo Sudeste (2,42/100.000 habitantes), pelo Sul (3,07/100.000 habitantes) e pelo Centro-Oeste (3,32/100.000 habitantes). O problema também é maior nas áreas urbanas. Segundo pesquisa feita pela Organização Europeia de Doença de Crohn e de Retocolite Ulcerativa e pela Associação das Federações de Chron e Retocolite Ulcerativa, a incidência das doenças intestinais cresceu 15 vezes nas últimas décadas entre moradores de grandes centros urbanos.

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