Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Relação entre alimentos e câncer é desafio para pesquisadores há décadas

A estimativa é de que de 30% a 35% dos fatores de risco que contribuem para o aparecimento de tumores estão relacionados à alimentação, particularmente aqueles que resultam na obesidade

O interesse da ciência pelos benefícios e malefícios da alimentação na saúde humana remonta à antiguidade. No quarto século antes de Cristo, o grego Hipócrates, considerado o pai da medicina ocidental, pregava: ;Que seu remédio seja seu alimento e que seu alimento seja seu remédio;. Bem antes, os curandeiros orientais prescreviam dietas em vez de fórmulas milagrosas. Ainda que a sabedoria tenha sobrevivido, permanecem os esforços para comprovar cientificamente se há uma relação entre o que colocamos no prato e o surgimento de doenças que atormentam a modernidade, como o câncer.

Segundo Luiz Alberto Mattos, oncologista e professor do Hospital das Clínicas de Universidade Federal de Pernambuco, as primeiras evidências de que a dieta e os tumores malignos estão relacionados surgiram no início de 1900, quando pesquisas laboratoriais e ecológicas constataram as taxas de neoplasias em diferentes partes do mundo. De lá para cá, métodos epidemiológicos mais modernos, incluindo estudos de caso e ensaios clínicos randomizados ; quando os participantes são escolhidos aleatoriamente ; têm ajudado a definir os detalhes dessa associação.

A estimativa é de que de 30% a 35% dos fatores de risco que contribuem para o aparecimento de tumores estão relacionados à alimentação, particularmente aqueles que resultam na obesidade. ;Os dados mais consistentes são justamente aqueles que demonstram a relação do excesso de peso com o câncer. Quando o índice de massa corporal (IMC) é maior do que 25, há um alerta para o risco da doença;, afirma Carlos Henrique dos Anjos, médico do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês em Brasília. Segundo ele, o sobrepeso é responsável por 14% dos tumores em homens e por 20% em mulheres dos EUA. Ele aponta a obesidade e o consumo de álcool, de sal e de carne vermelha como os hábitos que mais ameaçam a saúde.

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