No que diz respeito à alimentação saudável, os ursos polares quebram todas as regras. Eles comem, sobretudo, gordura, mas não têm doenças cardíacas da forma que nós, humanos, teríamos se seguíssemos a mesma dieta. Cientistas afirmaram que a razão está nos genes dos ursos, segundo artigo publicado nesta quinta-feira na revista Cell.
Os pesquisadores compararam amostras de sangue e tecido de 79 ursos polares da Groenlândia com material de 10 ursos pardos de Suécia, Finlândia, Glacier National Park, no Alasca, e nas ilhas Admiralty, Baranof e Chichagof (ABC), na costa do Alasca.
Eles descobriram que um dos genes mais intensamente selecionado é o APOB, que nos mamíferos codifica a principal proteína do colesterol "ruim", conhecido como LDL (lipoproteína de baixa intensidade), permitindo que se mude do sangue para as células.
Alterações neste gene sugerem como o urso polar consegue administrar açúcar e triglicerídeos altos em um nível que seria perigoso para o ser humano.
Os autores do estudo, cientistas da Dinamarca, China e Estados Unidos, afirmaram que um dia, as secreções digestivas do urso polar poderão ajudar a melhorar a saúde das pessoas em uma época de obesidade crescente.
"A promessa da genética comparativa é que aprenderemos como outros organismos lidam com condições às quais também somos expostos", disse Nielsen.