Belo Horizonte ; A depressão é a segunda maior causa de invalidez no mundo, atrás apenas das dores nas costas. No Brasil, segundo dados da Previdência Social, depressão e ansiedade afastaram, em 2013, 105 mil pessoas dos postos produtivos, 10 mil a mais que em 2012. Essa realidade tem mudado o foco das medidas de prevenção e os cuidados adotados pelas empresas. Mais do que as condições das estações de trabalho, as atenções precisam se voltar para os aspectos mental e psicossocial que colaboram para o adoecimento dos funcionários.
Segundo o médico do trabalho Hudson de Araújo Couto, vice-presidente da Associação Mineira de Medicina do Trabalho (Amimt), durante a vida produtiva, mais de 80% das pessoas serão acometidas por dores fortes nas costas em função das condições de trabalho inadequadas. Os distúrbios osteomusculares, como artrites e artroses, relacionados à profissão correspondem a 65% das aposentadorias prematuras. Os afastamentos psicoemotivos, como a depressão oriunda de excessivas cargas de trabalho, somam 5% dos afastamentos e estão crescendo.
Para o especialista, a ergonomia é a principal ferramenta de prevenção dos adoecimentos e dos acidentes de trabalho, mas há a necessidade de valorizar, além das questões físicas, a realidade da carga e saúde mentais, como memória, foco, simultaneidade, vigília, fadiga e qualidade de vida. Isso porque a ergonomia vai muito além da aquisição de cadeiras e móveis adequados.
Trata-se de um conjunto de conceitos e tecnologias para o ajuste mútuo do ser humano e do ambiente em que ela atua de forma confortável, produtiva e segura. A ergonomia se volta, portanto, para o aspecto físico, mental e psicossocial, sendo esses dois últimos os que mais demandam atenção nas atuais relações de trabalho.
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