Genebra - Os vários fenômenos climáticos extremos registrados em 2013 são "indicadores coerentes" da evolução clima provocada pelo aquecimento global, afirma o relatório anual da Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgado nesta segunda-feira (24/3). A OMM, uma agência da ONU com sede em Genebra, destaca "o impacto considerável das secas, ondas de calor, inundações e ciclones tropicais".
Após uma análise especial do calor recorde observado na Austrália no verão de 2013, a OMM afirma que os níveis "teriam sido quase impossíveis sem a influência dos gases que provocam o efeito estufa de origem humana. Isto demonstra que as mudanças climáticas geram um forte aumento da probabilidade de certos fenômenos extremos". A temperatura média na superfície do globo, incluindo terra emersa e oceanos, foi de 14,5 graus centígrados (C) em 2013, meio grau acima da média calculada para o período 1961-1990, e 0,03 grau C acima do registrado na década 2001-2010, afirma a OMM. Esta já é a década mais quente, segundo os registros.
O relatório afirma que no decorrer do século XXI foram registrados 13 dos 14 anos mais quentes, e que cada uma das três últimas décadas foi mais quente que a anterior. Os cientistas alertam há muito tempo que cada vez há menos possibilidades de reduzir o aquecimento global a dois graus centígrados na comparação com os níveis prévios à revolução industrial, que é a meta da ONU.
No momento existe um escasso consenso internacional sobre a forma de reduzir as emissões de gases do efeito estufa, resultantes da atividade industrial, dos transportes e da agricultura. Alguns cientistas acreditam que a este ritmo, em 2100 a temperatura do planeta terá aumentado em quatro graus ou inclusive mais, o que provocará secas ainda mais graves, inundações, tempestades e fomes.