Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Caso raro de transmissão de HIV entre mulheres é divulgado nos EUA

Uma mulher "provavelmente adquiriu" o vírus da Imunodeficiência Humana em uma relação sexual com sua parceira

Washington - Um caso raro de possível transmissão de HIV entre mulheres foi anunciado nesta quinta-feira (13/3) por autoridades de Saúde americanas.

Uma mulher, de 46 anos, "provavelmente adquiriu" o vírus da Imunodeficiência Humana em uma relação sexual com sua parceira, portadora do HIV, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).

A paciente, que não teve o nome revelado, já teve relações heterossexuais anteriormente, mas não nos dez anos anteriores à infecção.



Sua companheira, que tem 43 anos e foi diagnosticada em 2008, foi sua única parceira sexual nos seis meses antes do teste positivo do vírus causador da Aids.

A mulher não apresentou nenhum dos outros fatores de risco, como drogas injetadas através de agulha, transplante de órgão, acupuntura, ou sexo desprotegido com mais de um parceiro.

O vírus tinha 98% de semelhança genética com o de sua parceira, divulgou o CDC em seu relatório semanal.

O casal disse não ter recebido informações sobre práticas de sexo seguro e contou que mantém relações sem proteção rotineiramente.

"Elas descreveram seu contato sexual como algumas vezes intenso, chegando a levar ao sangramento de uma delas", explica o texto do CDC.

[SAIBAMAIS]"Elas também informaram terem sexo sem proteção durante seu período de menstruação" completou a nota.

A mulher infectada desde 2008 tinha recebido prescrição de medicamentos antirretrovirais em 2009, mas parou de tomá-los em novembro de 2010.

Segundo o CDC, apesar de casos como esse serem raros, "transmissão entre mulheres são possíveis porque o HIV pode ser encontrado no líquido vaginal e no sangue da menstruação".

O instituto reforçou que pessoas com HIV precisam ficar sob atenção médica e fazer uso dos remédios prescritos, para reduzir o risco de infectar o parceiro.

Poucas ocorrências desse tipo já foram documentadas, e a confirmação "tem sido difícil pelo fato de outros fatores de risco quase sempre estarem presentes, ou de ser impossível eliminá-los", informou o CDC.