Os cientistas que estudam a transformação sexual do parasita da malária parecem ter resolvido um mistério na biologia parasitária. Há dúvidas entre os cientistas sobre o que desencadeia as formas macho e fêmea que determinam se o parasita vai ou não transmitir a doença. A resposta, segundo pesquisadores da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e do Centro de Investigação de Saúde Internacional de Barcelona (Cresib), é a proteína AP2-G. Ambos os grupos acreditam que, ao bloqueá-la, pode-se interromper o ciclo de transmissão da malária. As descobertas, publicadas no domingo, na revista Nature, indicam a possibilidade do desenvolvimento de uma vacina contra o mal.
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;O bloqueio dessa proteína poderia evitar a formação do gametócito, que não infectaria o mosquito quando ele picasse uma pessoa com malária. Muitas vezes, os doentes apresentam resistência ao tratamento, e o parasita não morre. Esse método seria uma outra alternativa porque ele simplesmente impediria o desenvolvimento do parasita, o que evitaria que a transmissão acontecesse;, explica o infectologista Pedro Luiz Tauil, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB). A malária é causada por seres unicelulares chamados Plasmodium. Para sobreviver e se reproduzir, esses parasitas desenvolvem um sistema complexo, composto por três etapas principais.
Quando uma pessoa é picada por um mosquito portador, inicia-se a infecção no fígado, seguida pela fase em que as células hepáticas são atacadas. Nessa etapa, aparecem os sintomas da doença: febre alta, calafrios alternados com ondas de calor, suor em excesso, dor de cabeça e no corpo, falta de apetite, cansaço e coloração amarelada na pele. Depois, aparece a fase do mosquito, quando o inseto pica a pessoa e é novamente infectado.