Uma das cenas mais comuns nos consultórios de cirurgiões bariátricos é o atendimento ao paciente que, além da obesidade, sofre de doenças como hipertensão e diabetes. A pessoa recorreu a medicamentos para emagrecer, dietas, exercícios físicos, mas não venceu o excesso de peso. Tem medo da cirurgia. Até tentaria uma nova mudança de hábito para escapar dela. Segundo médicos, porém, em caso de obesidade grave, caracterizada pelo índice de massa corporal acima de 40, a única solução é a redução do estômago.
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Médicos e pesquisadores tentam entender qual é o melhor momento para encaminhar o paciente à sala de cirurgia. Em uma série de pesquisas publicadas na revista The Lancet Diabetes & Endocrinology, cientistas defendem que a intervenção cirúrgica deixa de ser uma oportunidade real de prevenção de comorbidades e complicações relacionadas à obesidade quando é usada como um último recurso. O grupo propõe uma revisão das diretrizes de 1991. Elaboradas por sociedades médicas internacionais, elas estabelecem que a cirurgia deve ser feita, se os métodos convencionais falharem, em pacientes com IMC maior do que 40 ou naqueles que têm 35, mas apresentam comorbidades graves. As recomendações são seguidas por vários países, incluindo o Brasil.
Alfons Pomp, chefe do Departamento de Cirurgia Bariátrica da Faculdade de Medicina da Universidade de Weill Cornell (EUA) divulgou um estudo feito com 4.776 pacientes submetidos à redução do estômago em 2009. Desde então, segundo o médico, eles não apresentam dificuldades pós-cirúrgicas. ;Na verdade, os resultados adversos relacionados à operação foram tão raros que precisamos combiná-los para criar um conjunto final que resultou em apenas 4% de complicações em todos os casos;, relata.