Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Estudo descobre proteína ligada à perda de potência muscular em idosos

O resultado, publicado na revista Nature, pode levar a tratamentos que melhorem a qualidade de vida e a saúde das pessoas mais velhas

Com a chegada da velhice, homens e mulheres, independentemente da região em que nasceram, percebem, além do surgimento de rugas e cabelos brancos, uma redução evidente da força muscular e da capacidade de se recuperar de lesões. Um estudo feito com ratos e publicado na edição desta semana da revista Nature indica que esses efeitos do tempo podem ser revertidos com a supressão de uma proteína relacionada ao envelhecimento ; a p16INK4a.

Pesquisadores da Universidade Pompeu Fabra, na Espanha, acreditam que os resultados podem levar ao desenvolvimento de terapias de rejuvenescimento das células responsáveis pela regeneração muscular, o que beneficiaria tanto idosos quanto pacientes com progeria, desordem que leva ao envelhecimento prematuro dessas células. ;Essa pode ser uma nova estratégia para atenuar as funções de células específicas em pacientes com a síndrome da progeria e, potencialmente, para pessoas que perderam a capacidade total de regenerar seus tecidos, como os idosos;, acredita Pedro Sousa-Victor, principal autor do trabalho.

A perda de massa muscular esquelética e da força é conhecida como sarcopenia. A potência muscular é inversamente correlacionada à mortalidade de populações idosas. Ou seja, quanto mais fraco o idoso, menor a expectativa de vida dele. Pablius Braga, médico do Centro de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, considera os resultados interessantes, porque há muito tempo a ciência investiga o que leva a essa perda de massa muscular acentuada na velhice. ;Uma teoria afirma que os idosos perdem musculatura porque eles não a utilizam. Mas pesquisas recentes tentam mapear os processos genéticos e entender essa fisiologia para tomar outras medidas;, conta o médico, que não participou do estudo.

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