Dois exploradores australianos enfrentaram o perigoso gelo marinho para chegar às históricas Cabanas de Mawson, na Antártica, isoladas há anos por um iceberg gigantesco que bloqueava o seu acesso, informaram fontes oficiais nesta sexta-feira (20/12).
As cabanas, situadas na região leste do Território Antártico Australiano, 3 mil quilômetros ao sul de Hobart, foram erguidas e ocupadas pela Expedição Australiana à Antártica, de 1911-1914, chefiada pelo explorador sir Douglas Mawson.
O conservador Ian Godfrey e o carpinteiro especializado em patrimônio histórico Jon Tucker navegaram 70 km sobre o gelo marinho durante cinco horas em um veículo anfíbio para chegar às construções na quinta-feira, após desembarcarem.
"Isto foi planejado por seis meses e foi a viagem de toda uma vida", afirmou Godfrey.
"As cabanas de Mawson parecem em bom estado, mas talvez só tenhamos um dia aqui. Então estamos fazendo tudo o que é essencial, como mudar os coletores de dados e avaliar a condição da estrutura do prédio", prosseguiu.
A Expedição Australiana à Antártica foi a principal de sua época a regiões do Polo Sul e foi organizada, administrada e apoiada principalmente por australianos.
As quatro cabanas deixadas para trás estão entre as poucas que restam de uma era de ouro da exploração antártica.
A Fundação Cabanas de Mawson informou que as estruturas estiveram isoladas por vários anos porque um iceberg denominado b09b bloqueou a entrada à Baía Commonwealth, assim chamada por Mawson, onde as cabanas estavam localizadas.
O enorme bloco de gelo se desprendeu do Recife de Gelo Ross, em 2009, e um grande pedaço dele agora está no fundo do mar, o que evita o gelo marinho de se partir, obstruindo o acesso de barco às cabanas.
Godfrey e Tucker agora vão medir a espessura do gelo no píer perto das cabanas para o possível pouso, nos próximos dias, de um avião da base científica Casey no gelo marinho.