Estar infectado pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) não quer dizer ter a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids). Alguns pacientes soropositivos, inclusive, não desenvolvem sintomas da doença por décadas, mesmo sem ser submetido a qualquer tratamento. Esse caminho tenebroso que leva à morte em massa de células do sistema imunológico do infectado e, consequentemente, origina o mal é ainda obscuro para a comunidade médica. Um grupo de pesquisadores do Instituto Gladstone de Virologia e Imunologia, dos Estados Unidos, relatou hoje uma nova e importante parte desse quebra-cabeça.
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Eles sugerem que um ;suicídio; das células imunes infectadas, com o objetivo de proteger o organismo, gera um círculo vicioso. Nele, são liberados sinais inflamatórios atraindo ainda mais soldados para o principal ponto de batalha e diretamente para morte. Esse processo amplia a deficiência do exército de defesa do paciente e leva ao desenvolvimento da Aids. A descoberta foi descrita em dois artigos publicados simultaneamente nas últimas edições das revistas científicas Science e Nature.
No entanto, os primeiros passos dados para essa revelação aconteceram ainda em 2010, em um trabalho publicado na revista Cell. Na época, o mesmo grupo de pesquisadores descobriu que o HIV não é capaz de infectar produtivamente a maioria das células T CD4. Isto é, ele não consegue que a maioria dessas estruturas infectadas passe a replicá-lo. Mas, ainda assim, elas também morrem. Isso porque, na tentativa de manter o organismo longe da infecção viral, elas cometem uma espécie de ;suicídio; celular conhecida como apoptose, que leva o sistema imunológico ao colapso e abre caminho para a Aids.
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