Ciência e Saúde

Consumismo pode afetar até 8% da população; terapia serve como tratamento

O consumismo exagerado e prejudicial é conhecido pelos psiquiatras como oniomania, um transtorno cada vez mais comum

Lilian Monteiro
postado em 11/12/2013 06:05

O consumismo exagerado e prejudicial é conhecido pelos psiquiatras como oniomania, um transtorno cada vez mais comum

Belo Horizonte ; Cena 1: mulher cheia de sacolas, feliz, entrando e saindo de lojas de sapatos e de produtos para casa. Cena 2: homem contente adquirindo de CDs a gravatas. Cena 3: mulher e homem insatisfeitos, tristes e sofrendo por compras que são apenas uma resposta inócua por trás de um comportamento patológico. Indivíduos incapazes de controlar os impulsos. Temática das mais importantes da atualidade, principalmente neste mês de festas, o consumismo desenfreado foi abordado durante a 31; edição do Congresso Brasileiro de Psiquiatria, realizado em Curitiba há dois meses, pela psicóloga Priscilla Lourenço, doutoranda em saúde mental pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ), tendo como orientadora a professora Adriana Cardoso.


De acordo com a psicóloga, a compra compulsiva, ou oniomania, é caracterizada por atos excessivos, incontroláveis, repetitivos e irresistíveis em comprar, seja diante de um apelo e um evento, seja por sentimentos negativos, o que resulta em prejuízos significativos no funcionamento social, familiar e financeiro. ;Os indivíduos acometidos por esse transtorno apresentam pensamentos invasivos e repetitivos que tendem a aumentar a fissura em obter, induzindo o sujeito a fazer gastos desnecessários.;

Na opinião do médico Maurício Leão, presidente da Associação Mineira de Psiquiatria (AMP), a compulsão por compras vai da normalidade à doença. ;Nossa sociedade estimula e induz o consumo. A cultura do consumismo tem incentivo externo e pode sofrer interferências do psiquismo. Nesse caso, como mecanismo de compensações para angústias, sentimentos de perda e frustrações. A compra se torna compensação na condição de diminuir o sofrimento, por alívio e até prazer.;
Estudos recentes indicam maior prevalência da oniomania em mulheres, e estima-se que o problema afete de 2% a 8% da população em geral, sem distinção de classe social. ;Indivíduos com essa vontade irresistível tendem a ser dominados na ação de comprar muitos itens, sem escolher o objeto de desejo real. O alívio das tensões só vem por meio das compras. Mas, em seguida, são tomados pelo sentimento de culpa, remorso e vergonha. Cria-se, então, um ciclo vicioso.; A psicóloga apresentou seu projeto de pesquisa sobre os transtornos de controle dos impulsos em que desenvolve um protocolo de tratamento para compradores compulsivos por meio de técnicas cognitivo-comportamentais.

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