Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Consumismo pode afetar até 8% da população; terapia serve como tratamento

O consumismo exagerado e prejudicial é conhecido pelos psiquiatras como oniomania, um transtorno cada vez mais comum



De acordo com a psicóloga, a compra compulsiva, ou oniomania, é caracterizada por atos excessivos, incontroláveis, repetitivos e irresistíveis em comprar, seja diante de um apelo e um evento, seja por sentimentos negativos, o que resulta em prejuízos significativos no funcionamento social, familiar e financeiro. ;Os indivíduos acometidos por esse transtorno apresentam pensamentos invasivos e repetitivos que tendem a aumentar a fissura em obter, induzindo o sujeito a fazer gastos desnecessários.;

Na opinião do médico Maurício Leão, presidente da Associação Mineira de Psiquiatria (AMP), a compulsão por compras vai da normalidade à doença. ;Nossa sociedade estimula e induz o consumo. A cultura do consumismo tem incentivo externo e pode sofrer interferências do psiquismo. Nesse caso, como mecanismo de compensações para angústias, sentimentos de perda e frustrações. A compra se torna compensação na condição de diminuir o sofrimento, por alívio e até prazer.;
Estudos recentes indicam maior prevalência da oniomania em mulheres, e estima-se que o problema afete de 2% a 8% da população em geral, sem distinção de classe social. ;Indivíduos com essa vontade irresistível tendem a ser dominados na ação de comprar muitos itens, sem escolher o objeto de desejo real. O alívio das tensões só vem por meio das compras. Mas, em seguida, são tomados pelo sentimento de culpa, remorso e vergonha. Cria-se, então, um ciclo vicioso.; A psicóloga apresentou seu projeto de pesquisa sobre os transtornos de controle dos impulsos em que desenvolve um protocolo de tratamento para compradores compulsivos por meio de técnicas cognitivo-comportamentais.

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