Washington - A píton birmanesa é uma das criaturas mais avançadas evolutivamente da Terra, revelou um estudo publicado nesta segunda-feira (2/12), uma descoberta que pode trazer esperanças para o tratamento de várias doenças que afetam os seres humanos. "As serpentes parecem ter evoluído funcionalmente muito mais do que outras espécies", disse David Pollock, da Universidade de Colorado (oeste dos EUA), autor principal do estudo publicado nas Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS).
A análise do genoma da píton birmanesa sugere que uma complexa interação entre a expressão gênica, a adaptação das proteínas e as mudanças na estrutura do genoma permite a estas serpentes fazer o que outros com os mesmos genes não conseguem. Entender como o corpo da serpente organiza estas mudanças importantes em órgãos-chave pode oferecer uma nova compreensão dos mecanismos existentes por trás de doenças humanas, como insuficiências de órgãos, úlceras e transtornos metabólicos, entre outros, afirmou o co-autor do estudo, Stephen Secor.
"A píton birmanesa tem uma fisiologia incrível", disse Secor, da Universidade do Alabama (sul). "Com seu genoma, agora podemos investigar os muitos mecanismos moleculares ainda sem explorar que ela usa para aumentar dramaticamente sua taxa metabólica, deter a produção de ácido, melhorar a função intestinal, e aumentar rapidamente o tamanho de seu coração, intestino, pâncreas, fígado e rins", afirmou. O estudo do genoma da píton birmanesa foi chefiado por Todd Castoe, da Universidade do Texas (sul), e incluiu 38 co-autores de quatro países.