Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Cães e lobos selvagens se tornaram domésticos há mais de 18 mil anos

Comparação do DNA de fósseis de cães e lobos com o de animais vivos conclui que o processo de transformação ocorreu entre 18 mil e 32 mil anos no Velho Continente


Pastor belga, spitz alemão, bulldog francês, cocker spaniel inglês, pequeno cão holandês. Se os nomes internacionais já eram uma pista da grande influência europeia na árvore genealógica dos cachorros, pesquisadores apresentam agora a prova científica de que o melhor amigo do homem tem uma pata no Velho Continente. Foi ali, de acordo com a comparação genética de centenas de animais, que os primeiros lobos cinzentos passaram a acompanhar os humanos e a tomar uma forma mais amigável. A conclusão, publicada na revista Science desta semana, questiona a teoria aceita até então, de que foi a agricultura que atraiu esses animais para o convívio com pessoas. De acordo com o novo estudo, os cachorros teriam surgido entre 18 mil e 32,1 mil anos, muito antes das primeiras sociedades agrárias.

Para descobrir a história da domesticação dos lobos, os cientistas extraíram o DNA mitocondrial dos fósseis de oito cães e 10 lobos de até 36 mil anos e os compararam ao código genético de 77 cachorros, 49 lobos e quatro coiotes de hoje em dia. Assim, criaram uma árvore filogenética que mapeia a distância entre o DNA de fósseis e o de animais vivos.

Em comparação com todas as outras amostras, foram os cães da Europa que mais demonstraram similaridade genética com parentes de outros países e também com os lobos antigos. Isso indica, de acordo com os pesquisadores, que a domesticação dos bichos ocorreu no continente. ;Há, essencialmente, quatro grandes grupos de cães domésticos de diversidade de DNA mitocondrial. E cada um desses grupos tinha um cão antigo ou um lobo antigo europeu que era ancestral direto de cães modernos;, explicou à Science Robert Wayne, biólogo evolutivo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

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