Ciência e Saúde

Pesquisa explica o fenômeno de sentir prazer ao ver a má sorte dos outros

Segundo pesquisa norte-americana, imagens estereotipadas que geram inveja e rivalidade têm um forte poder de provocar esse sentimento nas pessoas

Isabela de Oliveira
postado em 12/11/2013 06:03
Segundo pesquisa norte-americana, imagens estereotipadas que geram inveja e rivalidade têm um forte poder de provocar esse sentimento nas pessoasSe você já sentiu um prazer secreto ao ver alguém levando a pior, saiba que não está sozinho. Essa sensação é tão comum que cientistas têm um nome para ela: schadenfreude. A palavra complicada tem origem alemã. Schaden significa dano, e freude, alegria. Juntas, passam uma ideia semelhante a um ditado popular muito usado pelos brasileiros: pimenta nos olhos dos outros é refresco. Segundo especialistas que estudam o tema, esse sentimento costuma surgir por diferentes motivos, como o fato de o infortúnio alheio parecer merecido (alguém que agiu mal acaba sendo prejudicado adiante, por exemplo) ou quando aquele que experimenta a sensação é beneficiado pela má sorte do outro.


Dois outros motivos, porém, parecem ser um forte motivador do schadenfreude: a inveja e a rivalidade. É essa a conclusão de uma pesquisa realizada na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, que revelou ainda que estereótipos são capazes de provocar nas pessoas esse gosto pelo sofrimento do outro e motivar, inclusive, atos de violência. ;Nesse caso, o observador não tem nenhum benefício tangível, e a desgraça não representa uma justiça social. Em vez disso, infortúnios de alvos rivais ou invejáveis agradam porque fazem as pessoas se sentirem melhores com elas mesmas;, explica Susan Fiske, uma das autoras do estudo.

No trabalho, publicado no periódico Annals of the New York Academy of Sciences, Fiske e sua aluna de doutorado Mina Cikara partiram de algumas questões. O mero estereótipo é suficiente para provocar esse sentimento? Há grupos mais suscetíveis a serem alvo? Elas concluíram que sim. O schadenfreude parece ser mais facilmente direcionado a alguns grupos de maior status social que transmitem uma ideia de frieza, como famílias ricas e mulheres de negócios. ;Isso porque despertam inveja, não admiração;, aponta Fiske.

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