Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Estudo mostra obsessão masculina pelo peso e o físico nos Estados Unidos

Alguns jovens admitiram fazer uso de anabolizante para conquistar o físico desejado

Quando foi lançado, em 2006, o filme 300, dirigido por Zack Snyder, chamou a atenção não apenas pela fotografia e pelo uso de computação gráfica, que trouxeram uma nova estética para a épica batalha das Termópilas. Muito se falou também da condição física dos soldados liderados pelo rei Leônidas (Gerard Butler). As figuras atléticas foram esculpidas com intensos treinos com pesos, dieta rica em proteínas e suplementos alimentares, além de muita maquiagem e retoques digitais. Mesmo sabendo da tecnologia envolvida, há jovens que adotam o físico mostrado nas telas como um objetivo a ser alcançado, o que pode levar a problemas físicos e psicológicos.

Estudo realizado pelo Hospital Infantil de Boston, nos Estados Unidos, mostra que a preocupação excessiva com a aparência deixou de ser um mal que atinge basicamente as mulheres e já afeta um número considerável de rapazes. Por meio de questionários, a pesquisa avaliou, de 1999 a 2010, 5.527 adolescentes norte-americanos que tinham entre 12 e 18 anos quando a investigação foi iniciada.

Os resultados indicaram que, em pelo menos um momento da investigação, 17,9% dos entrevistados se mostraram extremamente preocupados com o peso e o físico, 9,2% relataram muita preocupação com a musculatura e 31% disseram ter comportamentos bulímicos ou de compulsão alimentar, sem perda de controle. Em alguns casos, a situação se tornou perigosa: 2,4% disseram recorrer a hormônios do crescimento ou anabolizantes para ganhar um corpo mais musculoso, e 0,8% tiveram bulimia nervosa, incluindo o uso de laxantes.



Para Alison Field, principal autora do estudo, publicado na revista especializada Jama Pediatrics, os dados mostram que os médicos devem estar atentos a essa questão também nos homens. ;Pouco se sabe sobre a prevalência de transtornos alimentares entre adolescentes e jovens adultos do sexo masculino. Muitas vezes, os sintomas passam despercebidos pelos médicos apenas porque existe uma ideia de que eles não passam por isso;, diz. Outro alerta trazido pela pesquisa é que a preocupação excessiva com a magreza ou com a musculosidade aumentam as chances de os rapazes usarem drogas, sofrer com depressão ou beberem em binge (episódios esporádicos de abuso do álcool) ; veja infografia ao lado.

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