Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Relação frequente entre avós e netos rende benefícios generalizados

Os mais velhos protegem-se da depressão e estimulam o intelecto. A nova geração encontra nos experientes respostas para os anseios da juventude



Doutora em psicologia e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Maria Rita Seixas acredita que a relação de proximidade entre avós e netos pode, de fato, ser um grande fator para evitar a depressão nos idosos. Para ela, ao chegar à idade mais avançada, a pessoa tem mais necessidade de afeto, que, em geral, não é suprido devido à perda ou ao afastamento de pessoas importantes. ;As crianças e os adolescentes podem passar essa afetividade de que os avós precisam, mas, em geral, já não a têm.;

A chegada de João Gabriel, 1 ano e 7 meses, representou um ponto de mudança na vida da professora Déa Dumont, 48 anos. Passadas as primeiras dificuldades de adaptação na vida dos pais da criança e dos que estão em volta, a ligação de Déa com o neto fortaleceu. ;A presença dele foi tomando uma importância a cada dia maior. Trouxe alegria, amor, carinho.; Para a professora, a relação com os netos exige um grau de responsabilidade menor do que quando se está criando os filhos. Por isso, permite uma aproximação mais descontraída e com menos rigidez. ;Você permite uma quebra de protocolo, brincar, dar um chocolate na hora errada. Claro que com atenção também;, ressalta. Para justificar, ela cita, entre risos, uma frase que leu pouco depois de se saber que seria avó: ;Quando o neto entra pela porta, a disciplina sai pela janela;.

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