Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Captar órgãos de pacientes que não estão mortos divide opiniões

Segundo especialistas, a questão torna-se mais urgente em países onde as causas de morte dificultam o procedimento

Um caso recente relatado na revista científica New England Journal of Medicine, neste mês, reacende a discussão em torno da determinação da morte de um paciente para a doação de órgãos, conhecida na medicina como ;a regra do doador morto; (DDR, em inglês). Uma jovem americana havia sofrido um acidente que a deixou com danos cerebrais devastadores e irreversíveis. Os pais dela optaram pela doação de órgãos e todos os planos para o procedimento foram feitos. O suporte de vida foi retirado e, como determinam as regras vigentes, assim que a morte encefálica da menina fosse confirmada, os órgãos seriam removidos. No entanto, a morte da paciente foi muito mais lenta do que esperava a equipe médica, tornando a colheita de órgãos inviável. O fracasso na doação foi sentido pelos pais da paciente como uma segunda perda. Para eles, a jovem poderia ter sido anestesiada e os órgãos retirados antes da interrupção do suporte de vida.



[SAIBAMAIS];Não havia chance para a nossa filha sobreviver; Eu posso seguir o argumento do especialista em ética, mas essa situação me parece totalmente ridícula;, teria desabafado o pai da garota, como relata o artigo. A regra é simples. Os órgãos vitais somente devem ser retirados de pessoas que estão mortas. Porém, o debate revela que não é tão óbvio o motivo pelo qual certos pacientes vivos ; como aqueles que estão perto da morte, mas em suporte de vida ; não devem ser autorizados a doar os órgãos se isso beneficiaria outras pessoas e seria coerente com os interesses deles.

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