Tímido e discreto, Higgs vive em Edimburgo, na Escócia, onde foi professor, sem telefone celular e televisão. Inclusive, resistiu por muito tempo a comprar um computador, segundo o jornal Sunday Times. De acordo com a publicação, ele sofreu problemas de saúde recentemente. "Estou assombrado por receber este prêmio" disse Higgs, segundo um comunicado divulgado pela Universidade de Edimburgo. "Espero que este reconhecimento da ciência fundamental ajude a aumentar a consciência sobre a importância da pesquisa imaginativa", completou, ao agradecer a Real Academia Sueca das Ciências. "Nunca pensei que isto aconteceria comigo vivo", declarou Higgs em um vídeo divulgado após o anúncio de que o CERN havia descoberto o "bóson".
Considerado uma pessoa muito inteligente por todos que trabalharam com ele, Higgs teve o primeiro artigo sobre o bóson rejeitado pela revista Physics Letters, editada na época pelo CERN, a mesma organização europeia que acabaria por confirmar a existência da partícula. Uma segunda versão mais elaborada do documento foi finalmente publicada nos Estados Unidos. "É um homem doce e educado, mas que se torna tenaz quando dizem falsidades no âmbito da física", declarou à AFP Alan Walker, já aposentado e que colaborou com Higgs. Nascido em 29 de maio de 1929 em Newcastle, norte da Inglaterra, Higgs tem um doutorado no King;s College de Londres e vários diplomas honorários e recompensas (Royal Society, Institute of Physics, etc). Por sua modéstia, Higgs fica irritado com o termo "bóson de Higgs". Por ser ateu, também não aprecia o fato do bóson ser chamado de "partícula de Deus".