;Ninguém jamais voltou daquele país;, disse Hamlet, referindo-se à morte. O personagem de Shakespeare, contudo, foi desmentido pelo próprio pai, que retornou do além para revelar ter sido assassinado. Fora da ficção, existem relatos de pessoas que garantem ter carimbado o passaporte nesse território desconhecido. São indivíduos que, declarados mortos, voltam à vida com a lembrança de transitar por uma dimensão diferente de tudo conhecido. Muitas vezes, conseguem ver, do ;outro lado;, médicos, familiares e o próprio corpo jazendo no leito.
As chamadas experiências de quase morte (EQM) permanecem um tabu para a ciência porque desafiam a noção de que a consciência e a mente não passam de produtos da química cerebral. Além disso, colocam em dúvida o entendimento de que a vida se extingue no último suspiro. A partir da década de 1960, porém, quando os métodos modernos de reanimação cardiopulmonar entraram para a rotina das emergências hospitalares, os relatos de pacientes não puderam ser ignorados.
Com mais gente ressuscitada, as histórias deixaram de ser casos isolados contados entre cochichos e passaram a ser ouvidas nos consultórios médicos. De acordo com um estudo da Universidade de Michigan, aproximadamente 20% dos sobreviventes de parada cardíaca nos Estados Unidos afirmam ter visto a luz no fim do túnel, antes de serem acordados. Isso, no Ocidente. O antropólogo Darrell Champlin, professor da Universidade Santa Cecília que estuda o tema há duas décadas, explica que experiências de quase morte estão presentes em todas as culturas.
;Não conheço um lugar que não tenha sua coletânea de relatos. O que muda é a aceitação que se tem do fenômeno, até porque a morte, em locais como o Tibete, por exemplo, faz parte de um processo totalmente natural. A visão é muito diferente das culturas em que a ciência é materialista;, opina.
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