PARIS - O arroz, um dos mais importantes alimentos do mundo mas muito sensível à falta d;água, terá que se adaptar à seca provocada pelas mudanças climáticas, mas cientistas identificaram um gene que favorece o crescimento de raízes, permitindo às plantas captar água em camadas mais profundas do solo. Estes resultados foram publicados na edição deste domingo (4/8) da revista Nature Genetics.
O arroz é, juntamente com o milho e o trigo, um dos cereais mais cultivados do mundo. Atualmente, é a base alimentar de três bilhões de pessoas e as estimativas de crescimento demográfico mostram a necessidade de aumentar em 40% a produtividade dos arrozais em regiões sujeitas à seca até 2025.
Em razão de seu enraizamento superficial, o arroz é particularmente sensível ao "estresse hídrico", a falta d;água, em comparação com outras culturas.
A melhora genética de sua tolerância à seca é uma das estratégias mais promissoras para enfrentar o problema, ao favorecer o crescimento de raízes para que a planta possa alcançar reservas mais profundas de água no solo.
A equipe de Yusaku Uga, do Instituto Japonês de Ciências Agrobiológicas, identificou um gene denominado DRO1, que favorece o crescimento de raízes para baixo, permitindo, portanto, um enraizamento mais profundo.
Em seguida, os cientistas selecionaram duas variedades de arroz: o IR64, uma das mais cultivadas na Ásia, porém de enraizamento superficial, e o Kinandang Patong, variedade cultivada nas Filipinas, que se enraíza profundamente no solo.
Eles desenvolveram uma planta denominada Dro1-NIL a partir da fusão genética do arroz IR64, à qual transferiram o gene DRO1, expresso no Kinandang Patong.
Os cientistas constataram que as plantas Dro1-NIL assim obtidas tinham um sistema de raízes mais profundo (a profundidade máxima das raízes foi mais que o dobro da do arroz RI64), sem outras diferenças significativas.
Eles também estudaram o impacto do gene DRO1 na resistência à seca, comparando as variedades Dro1-NIL e IR64 em diferentes condições de cultivo. Eles demonstraram que uma seca moderada reduziria o rendimento da variedade IR64 a apenas 42% do rendimento em condições sem seca, enquanto uma seca severa levaria a um rendimento praticamente nulo.
Em contrapartida, o arroz Dro1-NIL não foi praticamente afetado pela seca moderada, enquanto seu rendimento caiu cerca de 30% em caso de seca severa.
Por fim, em condições sem seca, o rendimento desta planta modificada não apresentou diferenças em relação ao do arroz IR64, destacaram os cientistas.
"Nossos resultados abrem a via para novas estratégias de seleção, usando genes influentes na arquitetura do sistema radicular (nr: de raízes) para desenvolver variedades com uma forte capacidade de adaptação à seca", informaram os cientistas.
"Nós estamos avaliando agora o desempenho do DRO1 com o Instituto Internacional de Pesquisa sobre o Arroz. Se conseguirmos obter resultados positivos (...), esperamos lançar esta variedade nos países asiáticos", escreveu à AFP Yusaku UgaP.
"Nós também estamos tentando introduzir o DRO1 nas variedades principais da América Latina, com o Centro Internacional para Agricultura Tropical (CIAT)", acrescentou.
O arroz é, juntamente com o milho e o trigo, um dos cereais mais cultivados do mundo. Atualmente, é a base alimentar de três bilhões de pessoas e as estimativas de crescimento demográfico mostram a necessidade de aumentar em 40% a produtividade dos arrozais em regiões sujeitas à seca até 2025.
Em razão de seu enraizamento superficial, o arroz é particularmente sensível ao "estresse hídrico", a falta d;água, em comparação com outras culturas.
A melhora genética de sua tolerância à seca é uma das estratégias mais promissoras para enfrentar o problema, ao favorecer o crescimento de raízes para que a planta possa alcançar reservas mais profundas de água no solo.
A equipe de Yusaku Uga, do Instituto Japonês de Ciências Agrobiológicas, identificou um gene denominado DRO1, que favorece o crescimento de raízes para baixo, permitindo, portanto, um enraizamento mais profundo.
Em seguida, os cientistas selecionaram duas variedades de arroz: o IR64, uma das mais cultivadas na Ásia, porém de enraizamento superficial, e o Kinandang Patong, variedade cultivada nas Filipinas, que se enraíza profundamente no solo.
Eles desenvolveram uma planta denominada Dro1-NIL a partir da fusão genética do arroz IR64, à qual transferiram o gene DRO1, expresso no Kinandang Patong.
Os cientistas constataram que as plantas Dro1-NIL assim obtidas tinham um sistema de raízes mais profundo (a profundidade máxima das raízes foi mais que o dobro da do arroz RI64), sem outras diferenças significativas.
Eles também estudaram o impacto do gene DRO1 na resistência à seca, comparando as variedades Dro1-NIL e IR64 em diferentes condições de cultivo. Eles demonstraram que uma seca moderada reduziria o rendimento da variedade IR64 a apenas 42% do rendimento em condições sem seca, enquanto uma seca severa levaria a um rendimento praticamente nulo.
Em contrapartida, o arroz Dro1-NIL não foi praticamente afetado pela seca moderada, enquanto seu rendimento caiu cerca de 30% em caso de seca severa.
Por fim, em condições sem seca, o rendimento desta planta modificada não apresentou diferenças em relação ao do arroz IR64, destacaram os cientistas.
"Nossos resultados abrem a via para novas estratégias de seleção, usando genes influentes na arquitetura do sistema radicular (nr: de raízes) para desenvolver variedades com uma forte capacidade de adaptação à seca", informaram os cientistas.
"Nós estamos avaliando agora o desempenho do DRO1 com o Instituto Internacional de Pesquisa sobre o Arroz. Se conseguirmos obter resultados positivos (...), esperamos lançar esta variedade nos países asiáticos", escreveu à AFP Yusaku UgaP.
"Nós também estamos tentando introduzir o DRO1 nas variedades principais da América Latina, com o Centro Internacional para Agricultura Tropical (CIAT)", acrescentou.