Nos períodos mais hostis da história, o medo ajudou o homem a sobreviver. O sentimento sempre teve função protetiva, mas, em algumas pessoas, ultrapassa os limites, transformando-se em fobia. Quem sofre desse distúrbio é, normalmente, submetido ao tratamento combinado de psicoterapia e medicação. No entanto, uma pesquisa publicada recentemente na revista Biological Psychiatry sugere que a junção das intervenções não é eficiente para tratar os transtornos de ansiedade, e que os antidepressivos podem reduzir os benefícios da psicoterapia.
A equipe da Universidade de Nova York liderada por Nesha Burghardt testou, em ratos, os efeitos do uso crônico e subcrônico dos inibidores seletivos de receptação da serotonina ; medicamentos utilizados no tratamento de depressão e ansiedade. Eles concluíram que a ingestão contínua dessas substâncias poderia prejudicar o processo de extinção de fobias. ;As cobaias perderam a resiliência, ou seja, continuaram respondendo de forma exagerada a um estímulo que já não era mais perigoso;, resume a farmacêutica Luciana Vismari, professora de farmacologia da Universidade Nove de Julho (SP).
O estudo tentou reproduzir, em um modelo animal, condições que podem gerar o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), situação de estresse extremo. Os ratos foram expostos a um som seguido por choques nas patas. A estratégia era perceber, no teste seguinte, como os animais se comportariam ao escutar o som que os remetia à lembrança do choque. Para isso, foram investigados dois processos, a resposta ao medo condicionado e o processo de extinção.
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