Poucos reis protagonizaram tantos mistérios quanto o último representante da Casa de York. A vida e a morte de Ricardo III são cercadas de interrogações que só agora, 500 anos depois de ele perecer na derradeira batalha da Guerra dos Rosas, começam a ser explicadas. Quanto mais os arqueólogos mexem nas camadas de terra que escondem o passado do monarca, mais enigmas aparecem. Agora, na fase final de escavações, surgiu um caixão de pedra, dentro do qual havia um outro esquife, de chumbo. Os pesquisadores acreditam se tratar dos restos mortais de um frade ou de um cavalheiro, que certamente foi enterrado com honrarias.
Ricardo III é um dos reis mais controversos da história britânica. Uma campanha difamatória patrocinada pelos Tudor e divulgada pelo dramaturgo Wil-liam Shakespeare fez com que o monarca passasse para a história como um tirano cruel e fisicamente monstruoso. A população o odiaria tanto que, quando ele morreu, em 1485, seu corpo teria sido jogado no Rio Soar. Desconfiando de que esse retrato do rei havia sido pintado por inimigos políticos, a Sociedade Ricardo III convenceu a Universidade de Leicester, a 160km de Londres, a investigar o local do túmulo dele. Se o encontrassem, era sinal de que boa parte do que se falava sobre ele não passava de lenda.
Em setembro do ano passado, a equipe de pesquisadores encontrou um corpo sob o estacionamento de um conjunto de prédios públicos de Leicester. Depois de uma ampla investigação, constatou-se que os restos mortais pertenciam a Ricardo III. O monarca foi reabilitado e até reconstituição de como seria o seu rosto ele ganhou. No lugar da aparência desprezível, como descrita por Shakespeare na peça que leva o nome do rei, a modelagem do crânio em 3D revelou que Ricardo era um homem bonito.
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